quinta-feira, 14 de abril de 2011

E viva eu!

Soprei muuuuuitas velinhas ontem, rodeada por pessoas queridas e com uma boa história para contar para a pequenina quando ela crescer: ganhei um bolo lindo da minha mãe, feito pelas mãos de fadas da Selma, que me viu nascer e sabe que adoro flores, e decorou o bolo com muitas flores e muito carinho, e o bolo lindo estava na minha casa havia 10 minutos, e eu estava toda saltitante com meu bolo lindo até que... em uma sapequice, Clarice resolveu empurrar a mesa e o forro, e, meu bolo lindo deu uma cambalhota no ar e... pluft, caiu de cara no chão, bem na hora que eu esperava pessoas queridas para dividir o bolo lindo e a minha alegria de fazer aniversário naquele dia. Sentei e chorei, chorei e sentei, conversei com a Clarice com as mãos ardendo de vontade de sapecar aquele tapa na bunda, mas guardei o tapa, confiei no diálogo e fui tomar um banho para... para pensar, chorar mais, pensar, esfriar a cuca, pensar nas mil coisas sobre ser mãe e indivíduo ao mesmo tempo, sobre ser mãe e ser eu ao mesmo tempo, sobre ser mãe e abrir mão de mim muitas vezes, sobre ser mãe e me sentir o ser mais sublime, sobre ser mãe e ser, ser, ser. Ser nada e tudo ao mesmo tempo. Quando saí do banho, ganhei o meu maior e melhor presente: uma Clarice quase adulta com seus quase dois anos de idade me esperando na porta do banheiro com um abraço gostoso e um pedido de "dicupa, Caíce purrou a mesa". Peguei o bolo na cozinha e resignada coloquei na mesa para receber as pessoas queridas e dividir minha alegria: eu nunca tive um bolo tão lindo e tão cheio de significados como aquele.