sexta-feira, 1 de julho de 2011

E viva minha mãe!

Escrever sobre minha mãe é um paradoxo gostoso. É fácil, dado à simplicidade do seu amor. Porém é difícil, dado à intensidade do sentimento e à admiração que tenho pela sua história de vida. Sendo assim, Carlitos que sempre me salva, consegue dizer tudo (quase) no poema que dedico a ela hoje.

Dedico a você minha mãe, que mesmo tendo perdido sua mãe no momento em que você se tornou filha, sabe ser a melhor mãe do mundo, para sempre!

PARA SEMPRE 
Carlos Drummond de Andrade


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.


Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Nenhum comentário: